Um mergulho no passado pelas ruas de Ollantaytambo

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Já pensou visitar uma cidade inca ainda habitada? Se esse é um dos seus sonhos, Ollantaytambo não pode faltar no roteiro de viagem ao Peru. Pisac, Moray e Machu Picchu foram todos abandonados após a chegada dos colonizadores espanhóis e hoje estão em ruínas, mas Ollanta nunca chegou a ser desocupada. Por isso, preserva o traçado de estreitas ruas e a organização urbana projetada por seus primeiros moradores.

Ollantaytambo era um importante centro religioso, agrícola e também militar. De acordo com as leis incas, as terras eram reservadas para a dinastia dos governantes . Devido à localização estratégica durante a invasão espanhola, o lugar serviu como um posto de defesa contra os europeus.

É claro que os incas foram substituídos ao longo dos anos pela população de nativos peruanos, mas a marca do antigo povo permanece nas vielas rústicas de Ollantaytambo, onde o asfalto nunca chegou e será possível pisar o mesmo chão de pedras por onde passaram os incas.

Ao se embrenhar nas ruas agora frequentadas por cholas – mulheres com vestes típicas do Peru –  o visitante se depara também com muros de pedra de encaixe perfeito dos incas e verá a água correr por canaletas construídas pelo antigo povo que habitou o Vale Sagrado. Tudo convivendo com as simplórias casas coloniais que abrigam os moradores e turistas, bem no meio das montanhas onde repousam as ruínas da imponente fortaleza inca.

O maior erro na visita a Ollanta é passar pelo vilarejo rápido demais. O lugar geralmente faz parte do itinerário básico de visita ao Vale Sagrado, mas a maioria dos pacotes não inclui sequer uma tarde inteira por ali. A passagem é apenas para conhecer as ruínas da fortaleza, que parece feita de ouro quando bate a luz do sol. Nessa correria, você perde a chance justamente de andar pelas antigas ruas de pedra do povoado e absorver a história contada nesse museu habitado a céu aberto.

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Então, para aproveitar a experiência em Ollantaytambo, o roteiro básico de sete dias sugerido aqui no blog prevê reservar uma noite no vilarejo antes de seguir rumo a Águas Calientes e se preparar para a visita a Machu Picchu.

O tempo será suficiente para curtir o clima das ruas históricas no primeiro dia em Ollanta e desbravar a fortaleza na manhã seguinte, antes de partir para a próxima parada (não se esqueça: é necessário o boleto turístico para o ingresso ao sítio arqueológico).

Se decidir estender a estadia por Ollanta, outras ruínas rodeiam a cidade e podem ser acessadas gratuitamente por trilhas de curta duração. As principais são a colina Pinkkaylluna, com o que sobrou dos antigos armazéns incas, e a pirâmide e ponte inca de Quello Raqay. Você também pode visitar as pedreiras abandonadas de onde material de construção da cidade foi extraído, caminhar até Pumamarka ou visitar a lagoa Yanacocha. Veja mais locais encontrados a curtas caminhadas a partir do centro da cidade (site em inglês).

COMO CHEGAR EM OLLANTAYTAMBO

A partir de Cusco, é possível contratar um táxi particular para fazer o percurso até Ollanta. Outra opção é ingressar em um tour guiado em grupo pelo Vale Sagrado, com parada final no vilarejo. Eu escolhi essa opção e comprei o pacote da empresa Viajes Pacífico, incluindo todo o trajeto por Pisac, Moray, salineras de Maras e Ollantaytambo.

Além disso,  existem vans de linha que saem do centro de Cusco, de hora em hora, e custam 14 soles. As  vans são também uma opção para quem quiser retornar a Cusco, pois funcionam como uma espécie de ônibus intermunicipal.

Hospedagem: Onde ficar em Ollantaytambo

Há muitas opções de hotéis, pousadas e hostels no entorno da plaza de armas, bem perto da entrada do sítio arqueológico. Essa área é a mais interessante para ficar durante a estadia no vilarejo, pois a praça central concentra os cafés, restaurantes e mercadinhos para matar a fome. A boa notícia é que não será difícil encontrar camas em quarto compartilhado por até R$ 50 ou menos por noite e quartos privados por até R$ 150.

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No alto da avenida Ferrocarril e da avenida Estudiantes, há pousadinhas simples, bem localizadas e com bons preços. Entre as alternativas estão as hospedagens Dona Catta Inn, El Chasqui, Las Orquideas Ollantaytambo, Sol Miranda, Hostel Andenes e Hospedaje Inka’s.

Na minha viagem, fiquei hospedada no Hostal Los Andenes e paguei cerca de R$ 120 por um quarto privativo, com café-da-manhã incluso a diária. Tudo estava limpo e o banheiro era todo renovado, inclusive com água bem quente no chuveiro. Oferecem até aquecedores portáteis sem custo adicional e guardam as malas após o check-out para os interessados em explorar mais Ollantaytambo. O local tem ainda dormitórios compartilhados para quem quiser economizar mais. O preço gira em torno de R$ 40 cama/noite.

Na parte antiga da cidade, há ainda diversos tipos de hospedagem com preços bem acessíveis. Só faço uma ponderação: à medida em que as ruas se afastam da praça, a região é bem menos iluminada e mulheres viajando sozinhas podem se sentir um pouco inseguras depois do anoitecer. Se for o caso, escolha os estabelecimentos que ficarem mais perto da Plaza de Armas, como: Killari Hostal Ollantaytambo, Pousada Inka Wasi, B&B Chayana Wasi e Mama Killa Hostal.

A região com maior concentração hoteleira fica a aproximadamente 15 minuto da estação ferroviária de onde saem os trens com destino a Águas Calientes, o povoado mais próximo de Machu Picchu. O trajeto pode ser feito a pé ou nos pitorescos tuk-tuks, que cobram apenas 2 soles por viagem.

Onde comer em Ollantaytambo

A região da Plaza de Armas em Ollantaytambo reúne a maior parte das lanchonetes, restaurantes e cafeterias do povoado. Sanduíches e pratos simples podem ser encontrados nos cardápios por algo em torno de 15 soles. Já refeições mais elaboradas não sairão por menos de 20 soles.

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Na minha passagem por Ollanta, estava sem muita fome e a minha pedida foi apenas por uma enorme xícara quente de cappuccino com bolo para encerrar o dia, o que acabou me atraindo para a vitrine cheia de confeitarias do La Esquina Café. A conta saiu por cerca de 14 soles.

Em uma conferida pelo cardápio, não achei os preços dos outros pratos baratos. Porém, como eu estava com saudade de um lanchinho simples de padaria brasileira, foi exatamente o que eu precisava e o lugar é bem charmoso, com varanda para a praça principal.

Uma outra indicação pode ser o Hearts Cafe, com preços mais em conta e cardápio variado. Porém, não tive oportunidade de testar porque só encontrei o lugar quando estava rumo a estação de trem para ir embora.

Confira no TripAdvisor outras recomendações de restaurantes BBB (bom-bonito-barato) para experimentar em Ollantayambo.

Gisele Barcelos

Jornalista por profissão e planejadora compulsiva de viagens. A mesma dedicação que tenho para conseguir um furo de reportagem, também uso para pesquisar sobre novos destinos e roteiros. Amo compartilhar dicas para ajudar quem sonha começar uma aventura, mas não tem ideia de como planejar. Estou sempre em busca do próximo embarque, com uma mala tamanho P e uma playlist caprichada no celular.

2 Comments

  1. […] 1 noite em Ollantaytambo: você sairá de Cusco e visitará as salineras de Maras e o sítio arqueológico de Moray no […]

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